terça-feira, 16 de junho de 2015

O ELIXIR DA VIDA



Sempre que leio o jornal procuro a diversão que me agrada mais: as tirinhas das histórias em quadrinhos. Lá estão elas, quebrando a monotonia, com seu humor irreverente.
 Esse tipo de texto desvia-nos das notícias tristes, políticas, fofocas internacionais, informes econômicos, guias gastronômicos, roteiro de eventos como: cinema, televisão, futebol, notícias populares, policiais, no qual se espremer o noticiário policial, jorra sangue.
            Há também as crônicas de Luis Fernando Veríssimo, Marta Medeiros, Paulo Santana, Juremir Machado, enfim é nelas que me delicio, algumas me levam até as lágrimas. Mas, através do riso é que busco a calmaria para essa avalanche de informação, provocada pela vida contemporânea.
            E, nas histórias em quadrinhos com suas ironias e pastiches é que encontro o personagem predileto, em que, na intimidade dos meus pensamentos, gostaria de tê-lo como um filho para ensiná-lo as regras da higiene necessárias do ser humano: tomar banho todos os dias. Sim, estou falando do “Cascão” aquele gurizinho sujo que detesta água.
            Às vezes me pergunto como pode alguém detestar o banho vivendo no “Planeta Água”. O nosso sistema solar se diferencia dos outros planetas por quê? Por causa da água que pode ser encontrada em qualquer lugar da superfície terrestre. E quando ela caia do céu sob forma de chuva, se infiltra no solo abastecendo as plantações; a água dos rios desembocando nos oceanos e lagos deliciando-nos com seu frescor. E a que chega até as torneiras de nossas casas salvando-nos das doenças, com sua benéfica fonte de nutrição, sublime alimento que nos sacia.
            Vivenciamos hoje, a poluição ambiental, motivo pela escassez da água numa prévia do que será o nosso futuro com a falta desse elemento precioso, em vários locais do mundo.
            Mas o cascão não ta nem aí. Foge como diabo da cruz dessas gotas de ouro que tanto nos faz bem.
Acho que vou me atrever a escrever uma carta ao “Mauricio de Souza” seu autor, pedindo a ele para inverter o papel do “sujinho”, quem sabe o cartunista repense e adote uma nova postura na valorização desta substância, dando um banho no personagem de ideias produtivas: ensinar como racionar e usar a água sem precisar ficar o tempo todo fugindo dela. O menosprezo de cascão pelas valorosíssimas gotinhas deixa seus amiguinhos confusos e até indignados com sua conduta desleixada. Ele, com seu cheiro horrível acaba incutindo mau exemplo aos que não são muito chegados a essa prática - uma parcela razoável de pré-adolescentes.
            Mas quem sou eu para querer mudar a temática desta tirinha, que implicitamente nos remete a reflexões, como esta que acabei de ter sobre um bom banho: o prazer de nos sentirmos renovados tanto por dentro como por fora, quando tomamos uma ducha e bebemos desse líquido maravilhoso ”o elixir da vida”.
            Sabe, pensando bem, acredito que o “cascão” está nos antecedendo à visão do futuro, com aquelas fumacinhas mal cheirosas de seu pequeno corpo que a imaginação nos permite observar, viver no mundo sem a bendita água.   







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