Sempre
que leio o jornal procuro a diversão que me agrada mais: as tirinhas das
histórias em
quadrinhos. Lá estão elas, quebrando a monotonia, com seu
humor irreverente.
Esse tipo de texto desvia-nos das notícias tristes,
políticas, fofocas internacionais, informes econômicos, guias gastronômicos,
roteiro de eventos como: cinema, televisão, futebol, notícias populares, policiais, no qual se espremer o noticiário policial, jorra sangue.
Há também as crônicas de Luis
Fernando Veríssimo, Marta Medeiros, Paulo Santana, Juremir Machado, enfim é
nelas que me delicio, algumas me levam até as lágrimas. Mas, através do riso é
que busco a calmaria para essa avalanche de informação, provocada pela vida
contemporânea.
E, nas histórias em quadrinhos com
suas ironias e pastiches é que encontro o personagem predileto, em que, na
intimidade dos meus pensamentos, gostaria de tê-lo como um filho para ensiná-lo
as regras da higiene necessárias do ser humano: tomar banho todos os dias. Sim,
estou falando do “Cascão” aquele gurizinho sujo que detesta água.
Às vezes me pergunto como pode
alguém detestar o banho vivendo no “Planeta Água”. O nosso sistema solar se
diferencia dos outros planetas por quê? Por causa da água que pode ser
encontrada em qualquer lugar da superfície terrestre. E quando ela caia do céu
sob forma de chuva, se infiltra no solo abastecendo as plantações; a água dos
rios desembocando nos oceanos e lagos deliciando-nos com seu frescor. E a que
chega até as torneiras de nossas casas salvando-nos das doenças, com sua
benéfica fonte de nutrição, sublime alimento que nos sacia.
Vivenciamos hoje, a poluição
ambiental, motivo pela escassez da água numa prévia do que será o nosso futuro
com a falta desse elemento precioso, em vários locais do mundo.
Mas o cascão não ta nem aí. Foge
como diabo da cruz dessas gotas de ouro que tanto nos faz bem.
Acho
que vou me atrever a escrever uma carta ao “Mauricio de Souza” seu autor,
pedindo a ele para inverter o papel do “sujinho”, quem sabe o cartunista
repense e adote uma nova postura na valorização desta
substância, dando um banho no personagem de ideias produtivas: ensinar como
racionar e usar a água sem precisar ficar o tempo todo fugindo dela. O
menosprezo de cascão pelas valorosíssimas gotinhas deixa seus amiguinhos
confusos e até indignados com sua conduta desleixada. Ele, com seu cheiro
horrível acaba incutindo mau exemplo aos que não são muito chegados a essa
prática - uma parcela razoável de pré-adolescentes.
Mas quem sou eu para querer mudar a
temática desta tirinha, que implicitamente nos remete a reflexões, como esta
que acabei de ter sobre um bom banho: o prazer de nos sentirmos renovados tanto
por dentro como por fora, quando tomamos uma ducha e bebemos desse líquido
maravilhoso ”o elixir da vida”.
Sabe, pensando bem, acredito que o
“cascão” está nos antecedendo à visão do futuro, com aquelas fumacinhas mal
cheirosas de seu pequeno corpo que a imaginação nos permite observar, viver no
mundo sem a bendita água.
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