quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PENSAMENTOS...

por Delma Gonçalves

Abelhas...


Beijo
Intimidade que aguça
A sublime astúcia
Das bocas
Feito abelhas no mel
Sugam fazendo piruetas
Não cansam
Dão cambalhotas no céu!


Fatias...


Filhos
Pedaços do coração
Se reparte feito migalhas
Um a Um
Fatias do mesmo pão
Mistério da vida que pulsa
No ato da concepção!


Conta-gotas...


Sobrevivi
A este insensato amor
Quando descobri
Minha fragilidade
Suicida
Em conta-gotas
Bebi o elixir da vida
Em prolongados goles
De saudade...


Carícias...


Malícia
Enfeitiça
Nobres pensamentos
Carícias
Prolongadas
Nos meus sentimentos...


Apartheid


Misturas de raças
Sublimes etnias
Corpos curvelíneos
Sensuais
Generosas tetas
Apartheid
Não mais escraviza
O suingue natural
Dessas pretas!


Procura...


Silueta
Alongada
Palidez
Sensitiva
À procura da vida
Perdida no caos
Dos sorrisos
Laconicamente
Infinitos!


Desafins...


Mãos asperas...Suaves...
Belos...Feios...
Sorrisos..Lágrimas...
Tristezas...Alegrias...
Sonhos...Pesadelos..
Contrários...Desencontrários
Melindres...Melindrários... Melindrando
Desafins...
O toque flácido dos inconstantes!

HAICAI...

por Delma Gonçalves

Rima...
Poesia rima com alma?
Sim?! Não?!
Calma! Ela salva!!!


Paz...
Consciência essencialmente
Límpida.


Amor...
Afeição de almas
Sensitivas.


Esperança...
Sábia virtude
Utópicamente acessível.


Felicidade...
Nuvem fugaz
Momentaneamente feliz.


Perdão...
Livre arbítrio
Do coração...


Saudade...
Suspiro de bebê
Dormindo.


Sono...
Olhos lânguidos
Sonambulandançando
Canções de ninar

Céu...
Nuvens aglomerando-se
Arco-íris passando


Sol...
Varal gema de ovo
Clara branco lençol


Beijo...
Carícias carnudas salivando
Desejos entre dentes.


Amigos...
Aves em bando
Fretando o mesmo voo.


Companheirismo...
Cumplicidade nas entrelinhas.


Consciência...
Moral que o espírito
Delata no olhar.


Roubo...
Mãos da dignidade
Maculada.


Malandragem...
Preguiça dando trabalho
No feriado.


Paixão..
Missão desviada do amor
Nuvem de fumaça vem e passa.

Pensamento...
Imagens se diluindo
A retina passando a limpo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

IRONIZANDO

por Delma Gonçalves

  • Ajeite o cabelo num black power, anos 60, tipo Toni Tornado e vá por aí, entoando um hip-hop ou até aquele velho sambinha, lá do morro. E pelas esquinas e ladeiras na maior naturalidade faça tresloucados gestos, coisas que até Deus duvida. Mas, faça tudo com categoria que ninguém vai te barrar…

  • Sente no banco do onibus e se acomode espalhando aquela gordurinha, ocupando grande parte do espaço, como se fosse o sofá de sua casa. Todos é obvio vão te olhar com ar de ternura…

  • Se colocares aquele salto bem alto para ir para a balada, desconfie daqueles que com um tapinha no ombro, te pede licença e tira tua amiga prá dançar, aquele mulherão de 1.70m, que veio de sandália rasteirinha, prá festa.



RITUAL

por Delma Gonçalves

Quando saíste batendo a porta
Saudade e tristeza
Num ritual bateram palmas
Ficando em mim
Brilhos d'água na retina da alma.

VERSOS



A sede de fazer poesias
Pra falar dos meus desencantos
Matou só as rimas dos meus prantos
Agora bebo apenas gotas
De versos brancos!

MUSICALIZEI NA AGENDA PARA O DIA SEGUINTE:

por Delma Gonçalves

O ritmo do poema
E na corda bamba – descansa...
Em banho-maria
Nas entrelinhas de versos em mim
Modo apaixonar

Amanhã…
Ele é hip hop
Serena reza
De olhar nascido

Depois de amanhã…
Bolero de Gardel
Num compasso de salsa no céu
Fragmentado alimento consumido:
Doses homeopáticas - em borboletas
Maracas em volúpias
A dançar no embrião de  pensamentos eu
Violinizando tu
Irrompendo fagulhadas sonoras
De sentimentos nós!

NÉCTAR DOS DEUSES

FAVOS DE MEL
 
por Delma Gonçalves

São dois olhos de lince…
A espera de carícias
A espera de bocas famintas
A alimentar o mundo cruel.

São duas caras de lua… Abajures, faróis
Belezas seminuas, estáticos, enigmáticos…
Frutos maduros…
Cabem na palma da mão

São duas carnes morenas
Prazerosas mordidas
Mavioso deleite…
 Néctar dos deuses
Favos de mel

Meus seios, são lanças!
Apontam poesias no cio
Fincam palavras, arrepios…
Saídas dos bicos!

CAMINHOS... BUSCAS...

A VIA EM LABIRINTO

                                                        por Delma Gonçalves

Os caminhos em zigue-zague  levavam aquela estrada solitária a um único percurso que os aldeões apressados desejavam chegar.
Em sua solidão,  a velha via, sem rumo
Não reclamava de nada…
Deixava-se pisar…
 Doída, cansada…
Na mesmice autonomia indefectível.
Ela sabia que no fim de tudo as respostas estariam ainda, por lá…
Entre os bosques  de estreitos caminhos…
Entre os descaminhos e sobressaltos..
Entre as flores e espinhos..
Entre os vãos do lamaçal…
No mapa do chão deixava seu sinal:
Um silêncio sepulcral
E o povoado envolto em névoas e véus…
Sem vestígios, suscetível
Enclausurados…
Zigue zagueando
Na quietude daquele lugar…
Em busca de paz…
Afinal, não era à toa que as ervas daninhas
Se apropriavam do seu tapete natural…
Para deixarem seu fel…
No coração do matagal !



domingo, 13 de fevereiro de 2011

PERFORMANCE CÊNICA

  

















Homenagem à sobrinha Domenica Gonçalves: Porta Estandarte da E. Samba Acadêmicos da Orgia

por Delma Gonçalves


A sincronia do movimento
Ilumina o rodopio eclético
No palco da ilusão. Luz, câmara...
No vai e vem da evolução

O ritual passeia no meio da rua
Entre pierrôs, arlequins e colombinas
E flutua... No imaginário
A coreografia é o relicário
De um talento em comunhão

E o momento vive a minúcia dos gestos
Em câmara lenta
Eternizando com graça
A candura santa
O sagrado e o profano...Cumplicidade!
O bem e o mal...Unicidade!
E o bailado solidário
Agiganta-se na multidão

Um misto de crença e religiosidade
O êxtase harmoniza-se
Na volúpia dos passos dados
Voo de pássaro. Será pecado? Sacrilégio?
No cenário universal. O privilégio?
É o talento. A aptidão.

Boccacio, Shakespeare, Cervantes.
Bebem o elixir da fonte literária
Reproduzindo-se  em  sintonia…A epopéia… A renascer
E o espelho da vida… Materializa-se… Na época ancestral!

O reascender das cinzas
Metamorfoseada na personagem principal
E o giro indelével se torna imortal
No espocar dos fogos de artifício
Entre os rumores dos estribilhos musicais

A sensibilidade se reveste de paz
No sublime instante do ofício
E a suntuosa apresentação teatral
Cabe na palma da mão
A responsabilidade de carregar o pavilhão
Na dança ornamental… Alcança-se o céu…

Ah! Este dom natural…É o seu troféu
E com classe segue viagem
Nas velas de todas as naus
Içando a bandeira real
Tal qual aquela fincada na lua…
Solitária… Guerreira… Magestosa brandura!
A triunfante leveza! É a sua marca…
Neste embarque de ternura!

E… a menina-mulher vestida de poesia
Com ares de rainha…
Entrega-se inteira fazendo sua parte
Deixa rastros inesquecíveis na avenida
Nesta sua performance cênica
A bailarina… Destila sedução…Linda e faceira
É pura arte…

E no abre alas do cordão… Sem máscaras…
Nem disfarce… Lá vai ela, em seu desfile
        “Senhorita Domenica”…
      A Porta Estandarte!

Quem sou eu?



















Conteúdo: singular
Concepção: criar
Conotação: sentimental
Imaginação: plural
Natureza: sincera
Imagem: moderna
Signo linguístico: melodia
Virtude: filosofia
Amante: vida
Por dentro: intuitiva
Por fora: sentitiva
Caraterística: ética
Espírito: liberto
Conduta: discreta
Natureza: calma
Alma: poética!

MEU PERFIL



DELMA GONÇALVES, Poeta e compositora (Porto Alegre/RS)

DELMA GONÇALVES, nascida em POA, no bairro Santana, poetisa e compositora. Graduada em Letras (ULBRA) e Pós-Graduação (FAPA) (Abordagem Textual – Ensino Fund. e Ensino Médio). Funcionária Publica aposentada. Sua infância foi embalada pelo som dos acordes do violino de seu pai, Miguel de Oliveira Gonçalves, músico instrumentista: violão, violino, bandolim, poeta e compositor e o carinho de sua mãe Carlinda Soares Gonçalves, junto de seus irmãos, Delmar, Daniel e Darci. Inicia sua trajetória como poetiza ao se classificar em 1994 no concurso de poesia “Mil Poetas Brasileiros” e em 1995 na antologia do mesmo nome, no qual este livro participa do Guines Book, reunindo em sua compilação 1040 poetas brasileiros. Desde então suas poesias seguem por várias coletâneas. Formou-se em 2003 no curso de cultura popular-carnaval (avaliadora de carnaval).  Em 2006 ela ganha o 1° lugar no concurso da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras do Paraná, (Fafiman) com o poema “Lanceiros Negros”. No ano de 2010 homenageia o cinquentenário da E.S. Acadêmicos da Orgia, com o livro: “Perfil de uma Campeã. Em 2013 lança junto c/ seis poetas do Bando Hoburaco um dossiê verborrágico no livro “Hoburaco” e neste mesmo ano recebe o diploma de melhor CD de poesias” O lado Oculto da Cicatriz”, produzido pelo músico e produtor cultural Carlinhos Santos. Participa como conselheira do “Sarau Sopapo Poético”, e é colaboradora c/ seus poemas afros sociais. Têm composições c/ vários parceiros, mas a sua parceria musical que lhe rendeu maior visibilidade foi com Bedeu (1946-1999), iniciada desde a década de 70, na qual a sua 1ª música “Deixe a Tristeza”, Bedeu gravou com a Banda “Neno Exporta Som” em São Paulo. E a partir de 71, no 1º LP do Grupo Pau Brasil, do cantor Álvaro (SP), dos Lps de Bedeu África no Fundo do Quintal e Iluminado; gravaram também suas músicas: nos LPs de Carlos Medina, Paulão da Tinga, Roberto Costa, nos CDs Lizza Dias, Haydée Guedes,(Nós da Noite) Marcelo Duane  (Doce Desejo), Pagode do Dorinho, a Banda Som na Sala, o Grupo Os Arteiros, Grupo Senzala. Em 1993 se efetiva na SBACEM ,mas atualmente suas músicas estão registradas na ABRAMUS (POA). As suas composições abordam temas diversificados com estilos de ritmos variados como: samba, samba canção, samba rock, blues, suingue, samba enredo, milonga, reggae, bolero,salsa, balada, etc.  Produtora de shows musicais de suingue e samba rock. E desde da morte de seu parceiro Bedeu realiza em Porto Alegre o Projeto “Tributo ao Bedeu”com vários artistas, interpretando a obra musical deste compositor e dos parceiros dele. No ano de 2009 realiza o Tributo ao Bedeu 10 anos, no Teatro de Glenio Peres da Câmara Municipal de Porto Alegre, o show “Na Poesia e na Canção Elas Cantam Delma e Bedeu”,com 9 cantoras gaúchas interpretando as suas composições em parceria com Bedeu. Em 2012, leva o projeto musical “Releitura do Suingue e Samba Rock com artistas consagrados do gênero, como Luis Vagner para o Teatro Renascença. Em 2013 produz o Show de 45 anos de trajetória de Alexandre Rodrigues, também neste mesmo teatro, com artistas locais. Por dois anos seguidos produziu o espetáculo Carnaval e Arte em Harmonia com o Balaio Cultural da Sintrajufe, uma mostra da história do carnaval no RS com sambas enredos e sambas de quadras das escolas de samba desta cidade, com sambistas e cantores. Produziu o show na Semana da Consciência Negra, no Sintrajufe, com poesias e músicas na voz ds cantoras Elô Romero, Joice Mara, Marietti Fialho e Adroaldo Mancil, o Dodô, com a participação na produção musical de Carlinhos Santos. Em 07/12/14 no Projeto Musica Autoral do Jornal Vaia leva suas composições num espetáculo c/ vários artistas interpretando suas melhores canções, no Teatro de Arena c/ a produção musical de Marco Farias e Mario Marmontel. Em março de 2014, os Blocos Ilê Mulher e o 8 de Março saem no bairro Cidade Baixa com  a Música “Elo de uma Nação”, letra de Delma e música de Alexandre Rodrigues.Em 07/12/14 realizou o Tributo ao Bedeu 15 anos,no Espaço Cultural Afrosul Odomodê c/ mais de 20 artistas, entre eles, Paulo Romeu,Tonho Crocco, Adriano Trindade, Luis Vagner, Coral Cecune, Anderson, Sirilo, Bruno Bonelli, etc.  Atualmente faz parte da diretoria representativa, no RGS da Associação Internacional Poetas Del Mundo, participou da Orquestra de Poesia na PUC com o professor Celso Sisto. Em 04 de Julho/2015 é empossada como 1ª secretária na Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves. Ainda hoje a autora continua compondo ora sozinha, ora com parceiros e amigos próximos como: Dé Silva,Claudio Costa. Alexandre Rodrigues, Luiz Antonio Vizeu, Jorge Onofadê, Elisabete Álvares, Antonio Carlos Pereira, Renato Borba,Vladimir Rodrigues, Kadinho Dias e também seu filho Diego G. T. de Oliveira .