Homenagem à sobrinha Domenica Gonçalves: Porta Estandarte da E. Samba Acadêmicos da Orgia
por Delma Gonçalves
A sincronia do movimento
Ilumina o rodopio eclético
No palco da ilusão. Luz, câmara...
No vai e vem da evolução
O ritual passeia no meio da rua
Entre pierrôs, arlequins e colombinas
E flutua... No imaginário
A coreografia é o relicário
De um talento em comunhão
E o momento vive a minúcia dos gestos
Em câmara lenta
Eternizando com graça
A candura santa
O sagrado e o profano...Cumplicidade!
O bem e o mal...Unicidade!
E o bailado solidário
Agiganta-se na multidão
Um misto de crença e religiosidade
O êxtase harmoniza-se
Na volúpia dos passos dados
Voo de pássaro. Será pecado? Sacrilégio?
No cenário universal. O privilégio?
É o talento. A aptidão.
Boccacio, Shakespeare, Cervantes.
Bebem o elixir da fonte literária
Reproduzindo-se em sintonia…A epopéia… A renascer
E o espelho da vida… Materializa-se… Na época ancestral!
O reascender das cinzas
Metamorfoseada na personagem principal
E o giro indelével se torna imortal
No espocar dos fogos de artifício
Entre os rumores dos estribilhos musicais
A sensibilidade se reveste de paz
No sublime instante do ofício
E a suntuosa apresentação teatral
Cabe na palma da mão
A responsabilidade de carregar o pavilhão
Na dança ornamental… Alcança-se o céu…
Ah! Este dom natural…É o seu troféu
E com classe segue viagem
Nas velas de todas as naus
Içando a bandeira real
Tal qual aquela fincada na lua…
Solitária… Guerreira… Magestosa brandura!
A triunfante leveza! É a sua marca…
Neste embarque de ternura!
E… a menina-mulher vestida de poesia
Com ares de rainha…
Entrega-se inteira fazendo sua parte
Deixa rastros inesquecíveis na avenida
Nesta sua performance cênica
A bailarina… Destila sedução…Linda e faceira
É pura arte…
E no abre alas do cordão… Sem máscaras…
Nem disfarce… Lá vai ela, em seu desfile
“Senhorita Domenica”…
A Porta Estandarte!
A Porta Estandarte!
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